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Domingo, 11 de Junho de 2006

Curso Basico sobre Mediunidade - parte 5 de

(continuação)

6 - SONAMBÚLICOS:

No sonambulismo vemos duas ordens de fenômenos:

a.      O sonâmbulo, propriamente dito, que age sob a influência de seu próprio Espírito.

É a sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos.

Suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal;; seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma.

b.     O médium sonambúlico, ao contrário, é um instrumento passivo e o que diz não vem de si mesmo.

Enquanto o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, o médium exprime o de outrem; confabula com os Espíritos e nos transmite os seus pensamentos. (Ref. 1, Cap. XIV.)

Médium sonambúlico, portanto, é aquele que, em estado de transe, se desprende do corpo e, nessa condição de “liberdade”, nos descreve o que vê, o que sente e ouve no plano Espiritual.

Esta mediunidade é denominada por André Luiz como DESDOBRAMENTO e assim é também classificada por diversos autores. (Ref. 2, Cap. XI.)

7 - CURADORES:

A mediunidade de cura é a capacidade que certos médiuns possuem de provocar reações reparadoras de tecidos e órgãos de corpo humano, inclusive os oriundos de influenciação Espiritual.

Nesse campo é muito difundida a prática de “passes” individuais ou coletivos, existindo dois tipos, assim discriminados:

a.      Passe ministrado com os recursos magnéticos do próprio médium;

b.     Passe ministrado com recursos magnéticos hauridos, no momento, do Plano Espiritual.

No primeiro caso, o médium transmite ao doente suas próprias energias fluídicas, operando assim, um simples trabalho de magnetização.No segundo, com a presença do médium servindo de polarizador, um Espírito desencarnado faz sobre o doente a aplicação, canalizando para ele os fluidos reparadores. (Ref. 3, Caps. XII e XX).

EFEITOS FÍSICOS - Também no campo de Efeitos Físicos, comumente, encontramos médiuns que se dedicam às curas, realizando alguns, inclusive, operações de natureza extra-física, em doentes tidos como incuráveis, cujos resultados benéficos são imediatos, contrariando, desse modo, todo o prognóstico da ciência terrena.

8 - PSICOGRAFIA:

Faculdade mediúnica, através da qual os Espíritos se comunicam pela escrita manual.

Os médiuns psicógrafos se classificam em:

a.      MÉDIUM MECÂNICO - Quando o Espírito atua sobre os centro motores do médium, impulsionando diretamente a sua mão.Esta se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer.

Nesta circunstância, o que caracteriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência de que escreve.

b.     MÉDIUM INTUITIVO - O Espírito não atua sobre a mão para fazê-la escrever; atua sobre o Espírito do médium que, percebendo seu pensamento, transcreve-o no papel.

Nessa circunstância, não há inteira passividade; o médium recebe o pensamento do Espírito e o transmite.Tendo, portanto, consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento.

A idéia nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e essa pode estar mesmo fora dos limites dos conhecimentos e da capacidade do médium.

Enquanto o papel do médium mecânico é o de uma máquina o médium intuitivo age como um intérprete.Para transmitir o pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, para traduzi-lo fielmente.

c.      MÉDIUM SEMI-MECÂNICO - No médium mecânico o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo esse movimento é voluntário.O médium semi-mecânico participa dos dois gêneros:Sente que à sua mão é dada uma impulsão, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam.

Assim, no médium mecânico, o pensamento vem depois do ato da escrita; no intuitivo o pensamento precede a escrita e no semi-mecânico o pensamento acompanha a escrita. (Ref. 1, Cap. XV.)

9 - POLIGLOTAS:

Médiuns que, no estado de transe, possuem a capacidade de se exprimirem em línguas estranhas às suas próprias, embora no estado normal não conheçam estas línguas.

Essa mediunidade é denominada XENOGLOSSIA e tem causa no recolhimento de valores intelectuais do passado, os quais repousam na subconsciência do médium.Só pode ser o médium poliglota aquele que já conheceu, noutros tempos, o idioma pelo qual se expressa durante o transe. (Ref. 4, Cap. XXXVIII.)

10 - PRESSENTIMENTOS:

Os médiuns de pressentimentos ou proféticos são pessoas que, em dadas circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão ou, permitindo-o a Espiritualidade, têm a revelação de coisas futuras de interesse geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para sua instrução.

As profecias se circunscrevem às linhas mestras da evolução humana, pelo que é fácil de ser entendida por nós o seu mecanismo, pois, quem já percorreu o caminho, pode retornar atrás e alertar aos da retaguarda sobre seus percalços.

No que diz respeito ao campo individual, pode um Espírito falar a respeito de determinadas provas programadas pela própria pessoa antes da reencarnação.

Seja, no entanto, no plano geral ou no plano individual, as profecias são sempre relativas, já que, detendo a criatura o “livre-arbítrio” poderá em qualquer época, consoante a sua vontade, modificar as circunstâncias de sua vida, imprimindo-lhe novos rumos e, portanto, alterar os prognósticos que naturalmente se cumpririam se não fosse a sua deliberação.

11 - INTUIÇÃO:

Faculdade que permite ao homem receber, no seu íntimo, as inspirações e sugestões da Espiritualidade.

Desenvolve-se por não ter caráter fenomênico, à medida que a criatura se espiritualiza.

Para a intuição pura, portanto, todos nós caminhamos, constituindo a sua conquista um patrimônio da criatura espiritualizada.

12 - REFERÊNCIAS:

1 - Kardec, Allan - “O Livro dos Médiuns” - 29ª Ed. FEB - GB

2 - Luiz, André - “Nos Domínios da Mediunidade”- 2ª Ed. FEB - GB

3 - Armond, Edgard - “Mediunidade”- 9ª Ed. LAKE - SP

4 - Peralva, José Martins - “Estudando a Mediunidade” - 4ª Ed. FEB - GB

(continua

publicado por rcardigos às 18:34

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Curso Basico sobre Mediunidade - parte 4 de

(continuação)

VI - Classificação Mediúnica

(Segundo a aptidão do médium)

1 - EFEITOS FÍSICOS:

Mediunidade em que se observam os fenômenos objetivos e, por isso, perceptíveis pelos sentidos físicos.

Os médiuns de efeitos físicos, segundo Kardec, podem ser:

a.    Facultativos - O que tem consciência da sua mediunidade e se presta à produção dos fenômenos por ato de sua própria vontade;

b.   Involuntário ou natural - Nenhuma consciência tem dessas faculdades psíquicas, servindo muitas vezes, de instrumento dos fenômenos, a seu mau grado. (Ref. 1, Cap. XIV).

O médium de efeitos físicos, durante a produção dos fenômenos, pode permanecer em estado de transe, ou completamente desperto.

Os fenômenos de efeitos físicos mais comuns são:

a.    LEVITAÇÃO: Quando pessoas ou objetos são erguidos no ar, sem interferência de recursos materiais objetivos;

b.   TRANSPORTE: Quando objetos são levantados e deslocados de uma parte para outra, dentro do mesmo local ou trazidos de locais distantes;

c.    TIPTOLOGIA: Comunicação dos Espíritos - valendo-se do alfabeto ou qualquer outro sinal convencionado - por meio de movimento de objetos ou através de pancadas.

O Espírito responderá às perguntas formuladas, valendo-se de um código estabelecido anteriormente.

Por exemplo:

·       Uma pancada significa sim; duas pancadas, não.

·       Uma pancada corresponde a letra A; duas pancadas correspondem à letra B, etc.;

·       As letras do alfabeto são dispostas sobre uma mesa e os Espíritos conduzem um determinado objeto que, percorrendo as várias letras, forma palavras e frases inteiras.

A tiptologia, portanto, pode ser obtida de maneira muito variada, a critério dos responsáveis pela experiência.

É muita conhecida, nesse caso, a experiência com o copo;

d.   MATERIALIZAÇÃO: Manifestação dos Espíritos, através da criação de formas ou efeitos físicos.A materialização se desdobra em nuances variadas - sinais luminosos ligeiros ou intensos, ruídos, odores e a materialização propriamente dita, desde apenas determinadas partes do corpo até a completa materialização da entidade espiritual que se comunica.

Para a materialização, os Espíritos manipulam e conjugam três elementos essenciais:

·       Fluidos inerentes à Espiritualidade;

·       Fluidos inerentes ao médium e demais participantes da reunião;

·       Fluidos retirados da natureza, especialmente da água e das plantas.

e.    VOZ DIRETA ou PNEUMATOFONIA - Comunicação oral do Espírito, diretamente, através de um aparelho vocal fluídico, manipulado pela espiritualidade.Nesse caso, os presentes registram apenas a voz dos Espíritos.

f.     ESCRITA DIRETA OU PNEUMATOGRAFIA - Comunicação dos Espíritos, através da escrita direta, isto é, sem concurso físico do médium.

A mensagem é grafada pelos Espíritos e, para tanto, nem o próprio lápis é indispensável.

g.   DESDOBRAMENTO (bicorporeidade) - Exteriorização do perispírito do médium que, afastado do corpo carnal - ao qual se liga pelo cordão fluídico - se manifesta materializado em local próximo ou distante.

O desdobramento pode assumir outras características, as quais, necessariamente, não se enquadram na categoria de efeitos físicos.

Por exemplo:O Espírito do médium, afastado do corpo, pode se fazer notar em outro local, através da vidência de um segundo médium.(Ref. 3, Cap. XII.)

2 - SENSITIVOS OU IMPRESSIONÁVEIS:

São aqueles cuja mediunidade se manifesta através de uma sensação física experimentada pelo médium, à aproximação do espírito.Assim, o médium impressionável, ainda que não ouça ou veja um Espírito, sente a sua presença pelas reações em seu organismo .

Do teor dessas reações, pode o médium deduzir a condição do Espírito:Rebelde, perseguidor, evoluído, dócil, etc.

Com o exercício, o médium chega a identificar, individualmente, os Espíritos, à sua simples aproximação.(Ref. 1, Cap. XIV)

3 - AUDITIVOS:

O médium audiente ouve vozes proferidas pelos Espíritos ou sons por eles produzidos, bem como, sons da própria natureza, que escapam à percepção da audição normal.

Por ser fenômeno de natureza psíquica, é fácil compreender-se que a audição se verifica no órgão perispíritico do médium, por isso, independe de sua audição física. (Ref. 3, Cap IX)

4 - VIDÊNCIA:

Faculdade mediante a qual o médium percebe, pela visão hiperfísica, os Espíritos desencarnados ou não, bem como situações ou paisagens do plano espiritual.Pode-se classificar em:

a.      VIDÊNCIA AMBIENTE OU LOCAL - quando o médium percebe o ambiente espiritual em que se encontra, registrando fatos que ali mesmo se desdobram ou então, quadros, sinais e símbolos projetados mentalmente por Espíritos com os quais esteja em sintonia.

b.     VIDÊNCIA NO ESPAÇO - O médium vê cenas, sinais ou símbolos em pontos distantes do local em que se encontra.

c.      VIDÊNCIA NO TEMPO - O médium vê cenas, representando fatos a ocorrer (visão profética) ou fatos passados em outros tempos (visão rememorativa).

d.     PSICOMETRIA - Forma especial de vidência que se caracteriza pelo desenvolvimento, no campo mediúnico, de uma série de visões de coisas passadas, desde que, posto em presença do médium um objeto qualquer ligado àquelas cenas.Essa percepção se verifica em vista de tais objetos se acharem impregnados de influências pessoais dos seus possuidores ou dos locais onde se encontravam.

5 - FALANTES OU PSICOFÔNICOS:

Os médiuns falantes ou psicofônicos transmitem, pela palavra falada, a comunicação do Espírito.

É uma das formas de mediunidade mais comuns no intercâmbio mediúnico e é freqüentemente denominada de “incorporação”.

O médium psicofônico pode ser:

a.      CONSCIENTE - O Espírito comunicante transmite telepaticamente, às vezes de grandes distâncias, as suas idéias ao médium, que as retrata aos encarnados com as suas próprias expressões.

b.     SEMICONSCIENTE - Estabelecida a sintonia, ou equilíbrio vibratório, o Espírito comunicante, através do perispírito do médium, entra em contato com este, passando a atuar sobre o campo da fala e outros centros motores do médium.

Não há afastamento acentuado do Espírito do médium e este não perde a consciência ou conhecimento do que se passa.

Sujeita-se, espontaneamente, à influência do Espírito comunicante, mas o controla devidamente, podendo reagir a qualquer momento a essa influência, pela própria vontade.

O Espírito, apesar de não ter domínio completo sobre o médium, pode expressar com mais fidelidade as suas idéias, do que no caso anterior.

Na psicofonia semiconsciente, o comunicante é a ação, mas o médium personifica a vontade. (Ref. 3, Cap. XI)

c.      INCONSCIENTE - Também denominada psicofonia sonambúlica, se processa com o afastamento do Espírito do médium de seu corpo.

O comunicante utiliza-se mais livremente dos implementos físicos do medianeiro, pelo que a sua comunicação é mais fiel e isenta de “interpretações” por parte do médium.É comum, nesse caso, observada a afinidade, o Espírito retratar também, com maior ou menor nitidez, o tom de voz, as maneiras e até mesmo o seu aspecto físico característico.

Se o comunicante é um Espírito de inteira confiança do médium, este se afasta, tranqüilamente, cedendo-lhe o campo somático, como que entrega um instrumento valioso às mãos de um artista emérito que o valoriza.

Quando, no entanto, o irmão que se manifesta se entrega à rebeldia ou perversidade, o médium, embora afastado do corpo, age na condição de um enfermeiro vigilante que cuida do doente necessitado.Esse controle é pacífico, porque a mente superior subordina as que lhe situam à retaguarda nos domínios do Espírito.

Quando se trata de uma entidade intelectualmente superior ao médium, porém, degenerada ou perversa, a fiscalização corre por conta dos mentores espirituais do trabalho mediúnico.

Se a psicofonia inconsciente ou sonambúlica se manifesta em um médium desequilibrado - sem méritos morais - ou irresponsável, pode conduzi-lo à subjugação (possessão), sempre nociva e que, por isso, apenas se evidencia integral nos obsessos que renderam às forças vampirizantes.

 (continua)

publicado por rcardigos às 18:31

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Curso Basico sobre Mediunidade - parte 3 de

  (continuação)

IV - Da Identificação dos Espíritos

1 - INTRODUÇÃO:

"Amados não creiais a todo o Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus".

(I João 4:1)

"No que respeita às instruções gerais que nos trazem os Espíritos, o mais é o ensino que nos proporcionam e não o nome sob o qual se apresentam".

ALLAN KARDEC

"Se a individualidade do espírito pode nos ser indiferente, o mesmo não se dá quanto às suas qualidades.

É bom ou mau o Espírito que se comunica? Eis a questão."ALLAN KARDEC

2 - LÓGICA, BOM SENSO, RAZÃO:

A identificação do Espírito pelo nome não deve constituir preocupação do médium ou dos freqüentadores da reunião, pois, o mais importante é o teor dos ensinos que nos transmitem, seja qual for o nome ou a forma sob a qual de apresente o comunicante.

Devemos considerar que, se o Espírito pode imprimir ao seu perispírito a forma que queira, este poderá apresentar-se sob a aparência de outra entidade, ou para infundir maior confiança ao médium, ou com o fim deliberado de enganar.

O mesmo se dá quanto ao nome com o qual se comunica, pois, nenhuma referência dispomos para comprovar a sua autenticidade, senão o teor de sua mensagem, condizente ou não com o nome indicado.

Será prudente, portanto, frente a qualquer comunicante, ainda que se apresente como é ou um dos guias da reunião, analisar rigorosamente o teor da comunicação, aceitando apenas e exclusivamente, aquilo que esteja dentro da lógica, do bom senso e da razão.

3 - DA LINGUAGEM DOS ESPÍRITOS:

A respeito da identificação dos Espíritos transcrevemos algumas recomendações de "O Livros dos Médiuns", para nossa meditação.

DA LINGUAGEM DOS ESPÍRITOS

"A linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado."

"Apreciam-se os Espíritos pela linguagem que usam e pelas suas ações. Estas se traduzem pelos sentimentos que eles inspiram e pelos conselhos que dão".

A linguagem dos Espíritos Elevados é sempre idêntica senão quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo.Os pensamentos são os mesmos, em qualquer tempo e em todo o lugar.

*

Não se deve julgar da qualidade do Espírito pela forma material, nem pela correção de estilo.É preciso sondar-lhe o íntimo, analisar-lhe as palavras, pesá-las friamente, maduramente e sem prevenção.

*

Os bons Espíritos só dizem o que sabem; calam-se ou confessam a sua ignorância sobre o que não sabem.

*

Os bons espíritos são muito escrupulosos no tocante às atitudes que hajam de aconselhar.

Nunca, qualquer que seja o caso, deixam de objetivar um fim sério e eminentemente útil.

*

Os bons Espíritos só prescrevem o bem.Nunca ordenam; não se impõem, aconselham e, se não são escutados, retiram-se.

*

Os bons Espíritos não lisonjeiam; aprovam o bem feito, mas sempre com reserva.

*

PARA JULGAR OS ESPÍRITOS, COMO PARA JULGAR OS HOMENS É PRECISO, PRIMEIRO, QUE CADA UM SAIBA JULGAR-SE A SI MESMO.

A dos Espíritos inferiores ou vulgares sempre algo refletem das paixões humanas.

*

Qualquer ofensa à lógica, à razão e à ponderação não pode deixar dúvida sobre a sua procedência, seja qual for o nome com que ostente o Espírito.

Deve-se desconfiar dos Espíritos que com muita facilidade se apresentam, dando nomes extremamente venerados, e não aceitar o que dizem, senão com muita reserva.

*

Reconhecem-se os Espíritos levianos pela facilidade em que predizem o futuro e precisam fatos materiais que não nos é dado ter conhecimento.

*

Qualquer recomendação que se afaste da linha reta do bom senso, ou das leis imutáveis da Natureza, denuncia um Espírito atrasado e, portanto, pouco merecedor de confiança.

*

Máxima nenhuma, nenhum conselho que se não conforme estritamente com a pura caridade evangélica pode ser obra de bons Espíritos.

*

Os conhecimentos de que alguns Espíritos se enfeitam, às vezes, com uma espécie de ostentação, não constituem sinal de superioridade deles.

A inalterável pureza dos sentimentos é, para esse respeito, a verdadeira pedra de toque.

*

SE NÃO FÔSSEIS IMPERFEITOS, NÃO TERÍEIS EM TORNO DE VÓS SENÃO BONS ESPÍRITOS; SE FORDES ENGANADOS DE VÓS MESMOS VOS DEVEIS QUEIXAR.

4 - APARÊNCIA:

Podendo alguns Espíritos enganar pela linguagem de que usam, segue-se que também podem, aos olhos de um médium vidente, tomar uma falsa aparência?

Isso se dá, porém, mais dificilmente.O médium vidente pode ver Espíritos levianos e mentirosos, como outros os ouvem, ou escrevem sob influência deles.Podem os Espíritos levianos aproveitar-se dessa disposição, para o enganar, por meio de falsas aparências; isso depende das qualidades do Espírito do próprio médium.("O Livro dos Médiuns")

5 - ESTADO VIBRACIONAL:

Muitos médiuns reconhecem os bons e os maus Espíritos pela impressão agradável ou penosa que experimentam à aproximação deles.Perguntamos se a impressão desagradável, a agitação convulsiva, o mal-estar são sempre indícios da má natureza dos Espíritos que se manifestam.

O médium experimenta as sensações do estado em que se encontra o Espírito que dele se aproxima.Quando ditoso, o Espírito é tranqüilo, leve, refletido; quando feliz, é agitado, febril, e essa agitação se transmite naturalmente ao sistema nervoso do médium.Em suma, dá-se o que se dá com o homem na terra: O bom é calmo, tranqüilo; o mau está constantemente agitado. ("O Livro dos Médiuns").

Concluímos que a maneira mais segura de se identificar a natureza do Espírito é pelo teor de sua linguagem, falada ou escrita, mediante os conceitos que nos trazem.Tanto quanto, ao se aproximar de um médium, o Espírito pode por ele ser analisado, através do seu estado vibracional, ou seja, das sensações agradáveis ou desagradáveis que o Espírito infunde ao médium.

6 - REFERÊNCIAS:

"O LIVRO DOS MÉDIUNS" - FEB - Rio de Janeiro - 29ª edição.

"O NOVO TESTAMENTO" - Trad. João Ferreira de Almeida - IBB - Rio de janeiro

V - Mecanismos das Comunicações

1 - INTRODUÇÃO:

“A mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos”.(1)

“Em mediunidade não podemos olvidar o problema da sintonia”.(1)

“No socorro espiritual, os benfeitores e amigos das esferas superiores, tanto quanto os companheiros encarnados, quais o diretor da reunião e seus assessores que manejam o verbo educativo, funcionam lembrando autoridades competentes no trabalho curativo, mas o médium é o enfermo convidado a controlar o doente, quanto lhe seja possível, impedindo, a este último, manifestações tumultuárias e palavras obscenas”.(3)

2 - PROCESSO MENTAL:

Para que um Espírito se comunique é mister se estabeleça a sintonia da mente encarnada com a desencarnada.

Esse mecanismo das comunicações espíritas, mecanismo básico que se desdobra, todavia, em nuanças infinitas, de acordo com o tipo de mediunidade, estado psíquico dos agentes - ativo e passivo - valores espirituais, etc.

Sintonizando o comunicante com o medianeiro, o pensamento do primeiro se exterioriza através do campo físico do segundo, em forma de mensagem grafada ou audível.

Na incorporação (psicofonia), o médium cede o corpo ao comunicante, mas, de acordo com os seus próprios recursos, pode comandar a comunicação, fiscalizando os pensamentos, disciplinando os gestos e controlando o vocabulário do Espírito.

O pensamento do Espírito, antes de chegar ao cérebro físico do médium, passa pelo cérebro perispirítico, resultando disso a propriedade que tem o medianeiro, em tese, de fazer ou não fazer o que entidade pretende.(ref. 2 - Cap. IX e X).

3 - SINTONIA (VIBRAÇÕES COMPENSADAS):

Sintonia significa, em definição mais ampla, entendimento, harmonia, compreensão, ressonância ou equivalência.

Sintonia é, portanto, um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando naturalmente, a base de vibrações.

Duas pessoas sintonizadas estarão, evidentemente, com as mentes perfeitamente entrosadas, havendo, entre elas, uma ponte magnética a vinculá-las, imantando-as profundamente.

Estarão respirando na mesma faixa, intimamente associadas:

SINTONIA, RESSONÂNCIA, VIBRAÇÕES COMPENSADAS

Sábios

Ideais superiores, Assuntos transcendentes

Ciência, Filosofia, Religião, etc

Índios

Objetivos vulgares Assuntos triviais

Caça, Lutas, Pesca, presentes, etc.

Árvores

maior vitalidade melhor produção

Permuta dos princípios germinativos, quando colocadas entre companheiras da mesma espécie

Quanto mais evoluído o ser, mais acelerado o estado vibratório.

Assim sendo, em face das constantes modificações vibratórias verificar-se-á sempre, em todos os comunicados, o imperativo da redução ou do aumento das vibrações para que eles se dêem com maior fidelidade.

Se esta lei de afinidade comanda inteiramente os fenômenos psíquicos, não há dificuldade em compreendermos porque as entidades luminosas ou iluminadas são compelidas a reduzir o seu tom vibratório a fim de, tornando mais densos os seus perispíritos, serem observadas pelos Espíritos menos evolvidos.Do mesmo modo, graduam o pensamento e densificam o perispírito, quando desejam transmitir as comunicações, inspirar os dirigentes de trabalhos mediúnicos ou os pregadores e expositores do Evangelho e da Doutrina.(2)

André Luiz em “Nos Domínios Da Mediunidade” (cap V) descreve:

"Nesse instante, o irmão Clementino pousou a destra na fronte do amigo que comandava a assembléia, mostrando-se-nos MAIS HUMANIZADO, QUASE OBSCURO”.

O benfeitor espiritual, que ora nos dirige - acentuou nosso instrutor - afigura-se-nos mais pesado porque amorteceu o elevado tom vibratório em que respira habitualmente, descendo a posição de Raul, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho começante.”

Léon Denis afirma:

“... o Espírito, libertado pela morte, se impregna de matéria sutil e atenua suas radiações próprias, a fim de entrar em uníssono com o médium”.

Conclui-se, das palavras do filósofo francês, que os Espíritos dispõem de recursos para reduzir ou elevar o tom vibratório, da seguinte forma;

a.      Para reduzir o seu próprio padrão vibratório, o Espírito superior impregna-se de matéria sutil colhida no próprio ambiente.

b.     Para elevar o tom vibratório do médium, o Espírito encontra na própria concentração ou transe, daquele, os meios de ativar as vibrações. (2)

4 - RESPONSABILIDADE DO MÉDIUM NAS COMUNICAÇÕES:

Comumente o médium se deixa sugestionar pelos Espíritos rebeldes ou menos esclarecidos e sob a sua influência, extravasam no campo físico, suas impressões de desequilíbrio de que o comunicante se faz portador.

Isto se verifica quase sempre com o médium que ignora a sua responsabilidade na manifestação mediúnica, quando não o faz julgando que a “encenação” provocada pelo irmão sofredor é indício de autenticidade da “incorporação” do Espírito.

Qualquer que seja o motivo que leva o médium a permitir este excesso, sem qualquer controle de sua parte, denota que ele, embora detentor de faculdades psíquicas, ainda não se compenetrou de suas responsabilidades e não se dedica ao estudo doutrinário e aperfeiçoamento evangélico, indispensável ao melhor desempenho de sua tarefa.

Quanto à conduta do médium, André Luiz nos recomenda:

“Controlar as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo, quanto possível, respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimento de mãos e pés ou quaisquer gestos violentos”.

O medianeiro será sempre o responsável direto pela mensagem de que se faz portador.”(Ref. 4, Cap IV)

Conscientes de que o pensamento do Espírito, antes de chegar ao cérebro do médium, passa pelo seu cérebro perispíritico, fácil compreender que o médium pode e deve “policiar” as sugestões do comunicante, permitindo que seja externado apenas o necessário para o esclarecimento e orientação do Espírito, por parte do dirigente da reunião.

É compreensível que o Espírito em desequilíbrio, sugira ao médium: gritos, contorções, batimentos de mãos e pés ou outros gestos violentos, no entanto, cabe ao medianeiro, opor a estas sugestões, atitudes moderadas e equilibradas, as quais, coibindo a violência do comunicante, funcionam à guisa de alerta para o próprio Espírito, facilitando assim o esforço para sua orientação.

Por isso, em uma mesma reunião, com um mesmo Espírito se comunicando através de dois médiuns distintos, pode se verificar o seguinte:

Encontra-se no primeiro médium um instrumento afim com o seu estado íntimo, não só dará expansão as suas atitudes menos edificantes quanto, dificilmente assimilará os recursos esclarecedores que o dirigente busque lhe endereçar.Se, ao contrário, aproxima-se de um médium espiritualizado, à sua simples aproximação, já é auxiliado, pois este irradia, naturalmente, vibrações de paz e harmonia com que o envolve beneficamente.A tarefa do dirigente, nesse caso, é grandemente facilitada pela condição íntima do médium.

Lembremos mais uma vez André Luiz:

“Ainda mesmo um médium absolutamente sonâmbulo, incapaz de guardar lembranças posteriores ao socorro efetuado, semi-desligado de seus implementos físicos, dispõe de recursos para governar os sentidos corpóreos de que o Espírito comunicante se utiliza, capacitando-se, por isso, com o auxílio dos instrutores espirituais, a controlar devidamente as manifestações”.

Não se diga que isso é impossível. Desobsessão é obra de reequilíbrio, refazimento, nunca de agitação e teatralidade.

Nesse sentido, vale recordar que há médium de incorporação normal, e médium ainda obsidiado.E, sempre que o médium, dessa ou daquela espécie, se mostre obsidiado, necessita de socorro espiritual, através de esclarecimento, emparelhando-se com as entidades perturbadas carecentes de auxílio.

Realmente, em casos determinados, o medianeiro da psicofonia não pode governar todos os impulsos destrambelhados da inteligência desencarnada que se comunica na reunião, como nem sempre o enfermeiro logra impedir todas as extravagâncias da pessoa acamada; contudo, mesmo nessas ocasiões especiais, o médium integrado em suas responsabilidades dispõe de recursos para cooperar no socorro espiritual em andamento, reduzindo as inconveniências ao mínimo.” (Ref. 3, Cap 43)

Encerramos com Martins Peralva, concitando-nos à auto-evangelização:

“Os médiuns, portanto, que desejam, sinceramente, enriquecer o coração com tesouros da fé, a fim de ampliarem os recursos de servir ao Mestre na seara do bem, não podem nem devem perder de vista o fator auto-aperfeiçoamento”.

Não podem, de forma alguma, deixar de nutrir-se com o alimento evangélico, tornando-se humildes e bons, devotados e convictos, a fim de que os modestos encargos mediúnicos de hoje sejam, amanhã, transformados em sublimes e redentoras tarefas, sob o augusto patrocínio do Divino Mestre, que nos afirmou ser o “Pão da Vida” e a “Luz do Mundo”.

Abnegação por perseverança, no trabalho mediúnico, mantém o servidor em condições de sintonizar, de modo permanente, com Espíritos Superiores, permutando, assim, com as forças do bem as divinas vibrações do amor e da sabedoria.

Estabelecida, pois, esta comunhão do medianeiro com os prepostos do senhor, a prática mediúnica se constituirá, com reais benefícios para o médium e o agrupamento onde serve, legítima sementeira de fraternidade e socorro.

(Ref. 2, Cap. IV)

5 - REFERÊNCIAS:

(1) “Nos Domínios Da Mediunidade” - FEB - 2ª edição - Rio de Janeiro.

(2) “Estudando a Mediunidade” - FEB - 4ª edição - Rio de Janeiro.

(3) “Desobsessão” - FEB - 1ª edição - Rio de Janeiro.

(4) “Conduta Espírita” - FEB - 1ª edição - Rio de Janeiro.

(continua)

publicado por rcardigos às 18:21

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Curso Basico sobre Mediunidade - parte 2 de

(continuação)

Curso Básico de Mediunidade

III - Espírito, Corpo, Perispírito

1 - Deus - Espírito - Matéria - Fluido Cósmico:

Para melhor compreensão do fenômeno mediúnico, é importante se estabeleça a interdependência entre o corpo, o perispírito e o Espírito.Para tanto, imprescindível aceitemos seguramente a existência e sobrevivência deste.

Allan Kardec afirma: Antes de travarmos qualquer discussão espírita importa indaguemos se o nosso interlocutor conta com esta base:

·       CRER EM DEUS

·       CRER NA IMORTALIDADE DA ALMA

·       CRER NA SOBREVIVÊNCIA DA VIDA APÓS A MORTE

Sem isso seria tão inútil ir além, com querer demonstrar as propriedades da luz a um cego que não a admitisse. (1)

Assim sendo, relembremos, com a Doutrina Espírita:

DEUS - Inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.Nosso pai e criador.

ESPÍRITO - Princípio inteligente do universo.O elemento espiritual individualizado constitui os seres chamados ESPÍRITOS; do mesmo modo que o elemento material individualizado constitui os diversos corpos da natureza, orgânicos e inorgânicos.

MATÉRIA - Princípio que dá origem e formação aos corpos.Instrumento de que se serve o Espírito e sobre o qual ao mesmo tempo exerce a sua ação.

FLUIDO CÓSMICO - Desempenha papel de intermediário entre o espírito e a matéria, propriamente ditas, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer diretamente ação sobre ela.

É fluido, como a matéria é matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conhecemos uma parte mínima.Este fluido universal, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio, sem o qual, a matéria estaria em perpétuo estado de desagregação e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá. (2)

Abstraindo-se o Espírito, tudo o que existe no Universo é oriundo do fluido cósmico, não só o princípio material, quanto as leis que o regulam, tudo nele se alicerça.O fluido magnético e o fluido vital são apenas algumas das inúmeras modificações do fluido cósmico.

Pela sua característica de extrema maneabilidade e variadas funções, podemos dizer que se a matéria é manipulada pelo homem, as criaturas fluídicas são elaboradas mentalmente pelos Espíritos (encarnados ou desencarnados), uma vez que o fluido obedece ao seu comando mental.

André Luiz assim o conceitua: “O Fluido cósmico é o plasma divino, hausto do criador ou força nervosa do Todo-Sábio. Neste elemento primordial vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano”. (3)

2 - CORPO - ESPÍRITO - PERISPÍRITO:

Quando encarnado, o homem constitui-se de:

CORPO FÍSICO- Componente material análogo ao dos animais.

·       É, ao mesmo tempo, invólucro e instrumento de que se serve o Espírito.

·       De vida efêmera, sujeita-se às transformações da matéria.

·       À medida que o Espírito adquire novas aptidões, pelas reencarnações, utiliza-se de corpos físicos mais aperfeiçoados, condizentes com suas novas necessidades.

ESPÍRITO- Alma ou componente imaterial.

·       O progresso é a sua condição normal e a perfeição a meta a que se destina.

·       Imortal, preexiste e subsiste ao corpo físico que lhe serve de instrumento.

·       Retornando ao Plano Espiritual, após o desencarne, conserva a sua individualidade, preparando-se para novas metas em sua ascensão evolutiva.

PERISPÍRITO- Envoltório fluídico de que se serve o Espírito em suas manifestações extra-físicas.

·       Semi-material, participa ao mesmo tempo da matéria pela sua origem e da espiritualidade pela sua natureza etérea.

·       Corpo espiritual que durante a reencarnação serve de elo entre o corpo físico e o Espírito.

3 - O PERISPÍRITO:

O perispírito, ou corpo fluídico, também conhecido como corpo astral, psicossoma, corpo celeste e outras denominações, é o corpo de que se serve o Espírito como veículo de sua manifestação no Plano Espiritual e como intermediário entre o corpo e o espírito quando encarnado.

Para melhor entendimento do perispírito, analisaremos este assunto sob os seguintes prismas: constituição, função, apresentação e propriedades.

CONSTITUIÇÃO

·       De natureza sutil, o perispírito é constituído do FLUIDO UNIVERSAL inerente ao globo em que estagia, razão porque não é idêntico em todos os mundos.

·       Sua natureza está em relação direta com o grau de adiantamento moral do Espírito; daí decorre que o mesmo se modifica e se aprimora com o progresso moral que conquiste.

·       Enquanto as entidades superiores formam o seu perispírito com os fluidos mais etéreos do plano em que estagiam, as inferiores formam dos fluidos mais densos, ou grosseiros, pelo que, seu perispírito chega a confundir-se, na aparência com o corpo físico.

FUNÇÃO

·       O Espírito pela sua essência é um ser abstrato, que não pode exercer ação direta sobre a matéria bruta.Precisa de um elemento intermediário (fluido universal), daí a necessidade do envoltório fluídico - o perispírito.

·       O perispírito faz do Espírito um ser definido, tornando-o capaz de atuar sobre a matéria tangível.É, assim, o traço de união entre o Espírito e a matéria.

·       Quando encarnado, o Espírito se vale do perispírito para atuar sobre o corpo e sobre o meio ambiente e, por seu intermédio, recebe sensações dos mesmos.

·       Despojado do corpo físico, pela desencarnação, o Espírito permanece com o perispírito, veículo de sua manifestação no Plano Espiritual.

APRESENTAÇÃO

·       O perispírito toma a forma que o Espírito queira.

·       Atuando sobre os fluidos espirituais, por meio do pensamento, e da vontade, os Espíritos imprimem a esses fluidos tal ou qual direção:Aglomeram-nos, combinam ou dispersam, forma conjuntos de aparência, forma e cor determinadas.

·       Essas transformações, obedecendo a vontade do Espírito, permitem-lhe ter ou apresentar-se com a forma que mais lhe agrade.Podendo, num dado momento, alterar sua aparência instantaneamente.

·       Essas transformações podem ser o resultado de uma intenção ou o produto de um pensamento inconsciente.Se num ambiente o Espírito apresenta-se com a aparência de sua última existência, pode, inconscientemente, modificar-se no recinto; algo, ou alguém o faz recordar-se de uma precedente reencarnação.Tão logo desliga o seu pensamento do passado, retorna à aparência atual.

PROPRIEDADES

·       Um Espírito pode, portanto, apresentar-se ao médium com a aparência de uma existência remota (vestuário ou outros sinais característicos da época, inclusive cicatrizes, etc), embora isto não signifique que ele conserve normalmente essa aparência, mas sim a de vidas posteriores (geralmente a última experiência na Terra).

·       Mesmo um Espírito apenas intelectualmente desenvolvido, embora moralmente atrasado, pode apresentar-se ao médium sob a aparência que deseje (pela disposição do seu pensamento), até mesmo de uma outra entidade, num processo de mistificação espiritual.

·       Normalmente, no entanto, o perispírito retrata a condição íntima do Espírito, razão pela qual, premido por um estado consciencial de culpa, este se apresenta portando inibições, defeitos, aleijões, ou problemas outros, dos quais, embora o desejasse, não se pode furtar.

4 - REFERÊNCIAS:

(1) “O Livro dos Médiuns” - FEB - Rio de Janeiro - 29ª edição.

(2) “O Livro dos Espíritos” - FEB - Rio de Janeiro - 30ª edição.

(3) “Evolução em Dois Mundos” - FEB - Rio de Janeiro - 1ª edição.

(4) “A Gênese Segundo o Espiritismo” - FEB - Rio de Janeiro - 9ª edição.
 

(continua)

publicado por rcardigos às 18:21

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Curso Basico sobre Mediunidade - parte 1 de

Curso Básico sobre Mediunidade

  União Espírita Mineira

I - Introdução

1 - ASPECTO GERAL:

A mediunidade é faculdade inerente à própria vida e, com todas as suas deficiências e grandezas, acertos e desacertos, são qual o dom da visão comum, peculiar a. todas as criaturas. (l) Como instrumentação da vida, surge em toda a parte. O lavrador é o médium da colheita, a planta é o médium da frutificação e a flor é o médium do perfume. Em todos os lugares, damos e recebemos, filtrando os recursos que nos cercam e moldando-lhes a manifestação, segundo as nossas possibilidades. (2)

Desse modo, possuímos no artífice o médium de preciosas utilidades, no escultor o médium da obra-prima, nos varredores das vias públicas valiosos médiuns da limpeza., no juiz o médium das leis. Todos os homens em suas atividades, profissões e associações são instrumentos das forças a que se devotam, atraindo os elementos invisíveis que os rodeiam, conforme a natureza dos sentimentos e idéias de que se nutrem.O homem e a mulher, abraçando o matrimônio por escola de amor e trabalho, honrando o vínculo dos compromissos que assumem perante a harmonia universal, nele se transformam em médiuns da própria vida, responsabilizando-se pela materialização,a longo prazo, dos amigos e dos adversários de ontem, convertidos no santuário doméstico em filhos e irmãos.Além do lar, será difícil identificar uma região onde a mediunidade seja mais espontânea e mais pura...(2)

2 - CONCEITO DOUTRINÁRIO:

Kardec define:

MEDIUNIDADE: Faculdade dos médiuns.

MÉDIUNS : (do latim - médium, meio, intermediário) pessoa que pode servir de intermediária entre os dois planos da vida, ou seja , entre os ESPÍRITOS e os HOMENS (3)

Segundo André Luiz, mediunidade é o atributo de homem encarnado, para corresponder-se com o homem liberado do corpo físico. (1)

Embora aceitos em sentido mais amplo por vários autores em nossos estudos, conceituaremos, de um modo geral, os FENÔMENOS MEDIÚNICOS como aqueles que se reconhecem uma causa extrafísica, supraterrestre, isto é, fora da esfera de nossa existência física, portanto, FENÔMENOS ESPÍRITICOS, pois, se processam com a intervenção dos espíritos desencarnados.

3 - REFERÊNCIAS:

(1) "Evolução em Dois Mundos" - FEB - GB1959

(2) "Nos Domínios daMediunidade" - FEB - 2ª edição.

(3) "O Livro dos Médiuns" - FEB 29ª edição.

Curso Básico sobre Mediunidade União Espírita Mineira

II - Natureza da Mediunidade

1 - INTRODUÇÃO:

"Todos os homens são médiuns, todos tem um espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-los" (1)

"Organizamos turmas compactas de aprendizes para a reencarnação. Médiuns e doutrinadores saem daqui às centenas, anualmente".(2)

"Ninguém pode avançar livremente para o amanhã sem solver os compromissos de ontem. Por este motivo, Pedro traz consigo aflitiva mediunidade de provação. É da Lei que ninguém se emancipe sem pagar o que deve".(3)

2 - CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA:

Fácil observar-se que a mediunidade, embora una em sua essência (faculdade que permite ao homem encarnado entrar em relação com os espíritos), não o é quanto a sua natureza, ou razão de ser; variando de indivíduo para indivíduo.

Assim, destacamos:

- MEDIUNIDADE PRÓPRIA OU NATURAL - Edgard Armond a define: "À medida que evolui e se moraliza, o indivíduo adquire faculdade psíquica e aumenta conseqüentemente sua percepção espiritual. A isso denominamos mediunidade natural. (4)".

- MEDIUNIDADE DE PROVA OU TRABALHO - Faculdade oferecida ao indivíduo, em caráter precário, como uma tarefa a desenvolver, quando encarnado, com vistas à sua melhoria espiritual e a de seus semelhantes.

Preparado adredemente no plano espiritual, o médium, ao reencarnar tem, no exercício mediúnico, abençoada oportunidade de trabalho.

- MEDIUNIDADE DE EXPIAÇÃO - Há determinadas pessoas compromissadas grandemente em virtude do mau uso de seu livre-arbítrio anterior (em passadas existências), a sensibilidade psíquica aguçada é imposta ao médium como oportunidade para ressarcimento de seus atos menos felizes do pretérito com vistas à sua libertação futura.

Esta mediunidade se manifesta à revelia da criatura e comumente lhe causa sofrimentos aos quais não se pode furtar.

A sua forma de manifestação mais comum é a obsessão que pode atingir até o estagio de subjugação.

- MÉDIUNS MISSIONÁRIOS - Convém lembrar que, além dos aspectos acima referidos, excepcionalmente podemos encontrar médiuns que são verdadeiramente missionários do plano espiritual, entre os homens, os quais, pelos seus elevados dotes morais e espirituais, se tornam, a título de testemunho, em instrumentos da vontade Divina, em favor da humanidade.

3 - ASPECTOS DA MEDIUNIDADE PRÓPRIA OU NATURAL:

A sensibilidade mediúnica oriunda do trabalho perseverante do espírito é resultado de seu próprio esforço.

Como toda conquista espiritual, demanda perseverança e seu aperfeiçoamento se faz através das reencarnações, seguidas de idêntico empenho no plano espiritual.

Conquistada essa sensibilidade, transforma-se num atributo do espírito - patrimônio intransferível de sua individualidade.

Isenta dos percalços naturais, inerentes às provas e expiações, a sensibilidade psíquica conquistada é de caráter definitivo.O seu exercício não acarreta sofrimentos e permite o intercâmbio espontâneo com as entidades espirituais, sem necessidade do trabalho mediúnico de caráter obrigatório.

Por estar ao alcance de todos, paulatinamente, caminhamos para a conquista deste atributo, através do qual contaremos com maiores recursos de identificação com o plano espiritual.

A expressão fenomênica característica das demais manifestações mediúnicas cede lugar a INTUIÇÃO pura e simples e as incursões da alma no plano extra-físico.

A sua característica principal é, portanto, a INTUIÇÃO.

4 - ASPECTOS DA MEDIUNIDADE DE PROVA OU TRABALHO:

A sensibilidade mediúnica é concedida como uma oportunidade de trabalho para a criatura.

Conferida em caráter transitório, por empréstimo, segundo programação no plano espiritual, antes do reencarne do médium, pode ser suspensa por iniciativa da própria espiritualidade, consoante o uso que dela fizer.

Seu despertar é quase sempre cercado de recursos alertadores, com vistas à segura orientação do médium.

Respeitado o livre-arbítrio do médium, este pode ou não atender ao compromisso assumido na espiritualidade. Dispondo-se ao exercício mediúnico, além do aprendizado natural e excelente oportunidade de serviço, conta o médium com possibilidades de reajustar-se frente aos problemas de seu passado. Recusando-se ao trabalho, no entanto, normalmente, retorna ao plano espiritual mais compromissado, em virtude do menosprezo da oportunidade que lhe foi concedida.

5 - ASPECTOS DA MEDIUNIDADE DE EXPIAÇÃO:

A sensibilidade mediúnica é imposta ao médium para reajustes necessários, determinados pelos seus atos menos dignos do passado de culpas.Manifesta-se independente da vontade atual do médium e muitas vezes à sua própria revelia. Pelo seu caráter expiatório, pode cercar-se de determinados sofrimentos físico-psíquicos, que serão amenizados, ou mesmo eliminados pela perseverança do seu portador no trabalho mediúnico, dentro da seara cristã.

Independente de qualquer iniciativa visando ao seu desenvolvimento, a mediunidade surge, nem sempre branda, às vezes, violentamente, surpreendendo o próprio médium e aqueles que o cercam.

Tão logo surja esta manifestação, deve o médium ingressar numa reunião de EDUCAÇÃO MEDIÚNICA para melhor capacitar-se no devido controle de suas faculdades, com vistas ao seu exercício cristão.

Comumente manifesta-se sob o aspecto de obsessão e, se o médium não busca os recursos evangélico-doutrinários indispensáveis a sua auto-educação, pode cair nas tramas da subjugação .

6 - REFERÊNCIAS:

(1) "O Livro dos Médiuns" - FEB - 29ª edição - Rio de Janeiro

(2) "Os Mensageiros" - FEB - 4ª edição - Rio de Janeiro.

(3) "Nos Domínios da Mediunidade" - FEB - 2ª edição - Rio de Janeiro.

(4) "Mediunidade" - LAKE - 9ª edição - São Paulo.

 

(continua)
publicado por rcardigos às 18:17

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Curso Basico de Espiritismo - Parte 2 de 2

(continuaçâo)

AULA 6

Comunicação com o mundo invisível

 

Admitidas a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma, o espiritismo reduz-se a uma só questão principal: Serão possíveis as comunicações entre os espíritos e os viventes ?

Essa possibilidade foi demonstrada pela experiência; e, uma vez estabelecido o fato das relações entre o mundo visível e o mundo invisível, e conhecidos a natureza, o princípio e o modo dessas relações, abriu-se um novo campo à observação, encontrando-se a chave para um grande número de problemas.

Fazendo cessar a dúvida sobre o futuro, o espiritismo é poderoso elemento de moralização. O que faz nascer na mente de muitas pessoas a dúvida sobre a possibilidade das comunicações de além-túmulo, é a idéia falsa que se tem do estado da alma depois da morte.

Pensam que a alma depois da morte é um sopro, uma fumaça, uma coisa vaga e apenas admissível ao pensamento, que se evapora e vai, não se sabe para onde, mas naturalmente, para lugar tão distante que se custa a compreender como possa tornar à terra.

Se ao contrário, for considerada unida a um corpo fluídico, semimaterial, formando com ele um ser "concreto" e indivisível, as suas relações com os viventes nada tem de incompatível com a razão.

O mundo visível, vivendo no meio do invisível, com o qual está em contato perpétuo, origina uma incessante reação de cada um deles sobre o outro, e pode-se dizer que, desde que houve homens, houve também espíritos, e que, se estes tem o poder de se manifestar, devem tê-lo feito em todas as épocas e entre todos os povos.

Entretanto, nestes últimos tempos, as manifestações dos espíritos tomaram grande desenvolvimento e adquiriram caráter de maior autenticidade, porque estava nas vistas da providência pôr termo à praga de incredulidade e do materialismo, com provas evidentes, permitindo, aos que deixaram a terra, vir atestar a sua existência e revelar a sua situação feliz ou infeliz.

As relações entre os mundos visível e invisível podem ser ocultas ou patentes, espontâneas ou provocadas.

Os espíritos atuam sobre os homens de forma oculta, sugerindo-lhes pensamentos e influenciando-os, de modo patente, por meio de efeitos apreciáveis aos sentidos.

As manifestações espontâneas dão-se inopinadamente e de improviso; elas se produzem, muitas vezes, entre as pessoas mais estranhas às idéias espíritas e que, por causa disso, sem ter meios de explicá-las, atribuem-nas as causas sobrenaturais. As que são provocadas, dão-se por intermédio de certos indivíduos dotados, para isso, de faculdades especiais e denominados de médiuns.

Os espíritos podem manifestar-se de diversas maneiras diferentes: pela vista, pela audição, pelo tato, produzindo ruídos e movimentos de corpos, pela escrita, pelo desenho, pela música, etc.

As vezes os espíritos se manifestam espontaneamente por pancadas e ruídos; é este, muitas vezes, o meio que eles empregam para atestar a sua presença e chamar sobre si a atenção, exatamente como nós, quando batemos para dar aviso de que alguém chegou à porta.

Alguns não se limitam a ruídos moderados, pois produzem barulho semelhante a louça que cai e se despedaça no chão, portas que se abrem e fecham com grande estrondo, móveis lançados ao chão, e alguns chegam mesmo a causar uma perturbação real e verdadeiros estragos.

 

 

AULA 7

Noções sobre a mediunidade

 

A mediunidade é uma condição orgânica, de que todos nós somos dotados, como a de ver de ouvir e de falar. Não há nenhuma de que o homem, em conseqüência de seu livre arbítrio, não possa abusar. Ora, se Deus não tivesse concedido a palavra, por exemplo, senão aos que são incapazes de dizer coisas más, haveria mais mudos do que falantes. Deus entregou as faculdades aos homens, dando-lhes liberdade de usá-las como quiser, mas sempre sofremos as conseqüências de seu uso, mal ou bom.

Mediunidade é a faculdade, ou aptidão, que possuem certos indivíduos, denominados médiuns, de servirem de intermediários entre os mundos físico e espiritual.

A mediunidade é dada sem distinção, a fim de que os espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos virtuosos para os fortalecer no bem, aos viciosos para os corrigir. O seu uso é que a caracteriza. A mediunidade não implica, necessariamente, nas relações habituais com os espíritos superiores. É simplesmente uma aptidão, para servir de instrumento, mais ou menos dócil, aos espíritos em geral. O bom médium não é, portanto, aquele que tem facilidade de comunicação, mas o que é simpático aos bons espíritos e só por eles é assistido. É nesse sentido unicamente, que a excelência das qualidades morais é de importância absoluta para a mediunidade. Elas podem ser cultivadas pela oração e pela vigilância íntima.

Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para a satisfação de suas ambições, mas para fim de sua melhoria espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade. Se o espírito verifica que o médium já não corresponde às suas visitas e já não aproveita das instruções e dos conselhos que lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno. Dai, a importância da conduta a mais irrepreensível, como testemunho do médium.

Ninguém deverá forçar o desenvolvimento desta ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e de boa vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas. Não existe mediunidade mais preciosa uma que a outra.

A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a sim mesmo antes de se entregar a grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo, poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua tarefa.

O médium tem por obrigação estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação.

Cobrar dinheiro ou qualquer outro tipo de benefício para a realização de trabalhos mediúnicos constitui um ato criminoso, no qual o médium deverá esperar no futuro as conseqüências mais dolorosas.

O primeiro inimigo do médium reside nele mesmo. Freqüentemente é o orgulho, o egoísmo, a ambição, a vaidade , que não raro o conduzem a invigilância, a leviandade e ao desequilíbrio.

 

 

AULA 8

A Reecarnação - parte I

 

A encarnação é o processo pelo qual os espíritos se ligam a corpos materiais, densos, para terem contato com a vida física e orgânica com o objetivo de evolução moral.

Deus impõe aos espíritos a encarnação com o objetivo de fazê-los chegar à perfeição, passando por todas as vicissitudes da existência corporal. Visa ainda outro fim a encarnação: O de colocar o espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o espírito um instrumento, em harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, correndo para a obra geral, ele próprio se adianta.

Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseguintemente sem mérito.

Daí conclui-se que, os seres considerados eleitos, anjos, arcanjos, querubins e serafins são a representação das almas que já atingiram, pelo seu esforço, graus de elevação espiritual, passando, como não poderia deixar de ser, pelos mesmos estágios inferiores da escala evolutiva.

O atrasado possui inclinação para o mal, inteligência limitada; regozija-se com violência, compraz-se na vida viciosa. Quando deixa o corpo, os sentimentos os acompanham. Com a evolução, eles vai se modificando. As lutas do mundo, os sofrimentos através das vidas, é que lhe vão aprimorando a alma.

A terra é como escola e hospital. Vê-se o aluno ir progredindo à proporção que muda de classe; a sua cultura é em função do tempo e do estudo; quando o corpo se enfraquece o doente vai a um hospital, onde o médico lhe medica e restitui as forças.

Assim é a terra para o homem. Aqui ele chega como selvagem ou bárbaro e continua a sua peregrinação, curando-se no hospital planetário com a terapêutica do sofrimento, iluminando-se com as lições que recebe de vida em vida, até que, inteiramente puro, fica livre das vidas materiais e entra para as regiões de paz; a felicidade consiste nessa tranqüilidade dos justos; não a podemos perceber nem vislumbrar, porque nunca a possuímos, envoltos nos turbilhões, no nevoeiro, nas paixões violentas desse mundículo onde nos encontramos atolados.

Os espíritos que seguem o caminho do bem chegam mais depressa aos estágios mais elevados da alma; sendo as aflições da vida fruto da imperfeição do espírito, quanto menos imperfeições menos tormentos. Aquele que não for invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam dessas imperfeições.

 

 

AULA 9

A Reencarnação - Parte II

 

Depende dos espíritos progredirem mais ou menos rapidamente em busca da perfeição, conforme o desejo que apresentam de atingir um nível mais elevado e a submissão que apresentam às vontades de Deus. Os espíritos não podem se conservar eternamente em ordens inferiores; mudam de ordem mais rápida ou demoradamente, porém não podem regredir. A medida que avançam, compreendem o que os distancia da perfeição. O espírito ao concluir uma prova fica com a ciência que dai veio a não a esquece. Pode permanecer estacionário durante algum tempo, porém não retrograda.

A encarnação é necessária ao duplo progresso moral e intelectual do espírito: ao progresso intelectual pela atividade obrigatória do trabalho; ao progresso moral pela necessidade recíproca dos homens entre si. A vida social é a pedra de toque das boas ou más qualidades.

Uma só existência corporal é insuficiente para o espírito adquirir todo o bem que lhe falta e eliminar o mal que lhe sobra.

Como poderia um selvagem, por exemplo, em uma só encarnação nivelar-se moral e intelectualmente a um homem civilizado e estudado ? é materialmente impossível. Deve ele, pois, ficar eternamente na ignorância e barbaria, privado dos gozos que só o desenvolvimento das faculdades pode proporcionar ?

O simples bom senso repele tal suposição, que seria não somente a negativa da justiça e bondade divinas, mas das próprias leis evolutivas e progressivas da natureza. Mas, Deus, que é soberanamente justo e bom, concede ao espírito tantas encarnações quantas as necessárias para atingir seu objetivo - a perfeição.

Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou empregado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhuma há que prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da natureza o principio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade.

A reencarnação é um processo de aperfeiçoamento espiritual. A volta do espírito à vida corporal tem o objetivo, não é "ação do acaso", nem "capricho dos céus" não há experiência reencarnatória sem motivo, ensina o espiritismo.

Muitos argumentos contra o fato da reencarnação dizendo que isto seria impossível pois o espírito do homem é criado na hora de seu nascimento e que após sua morte nada mais lhe restaria que esperar o seu julgamento. Mas nós espíritas temos a condição de derrubar esta teoria, através da lógica. Se é verdade que o espírito humano é criado no momento de seu nascimento, então como é que se explica que alguns nascem perfeitos e bonitos enquanto que outros nascem defeituosos, cegos, aleijados ? Um erro genético, diriam alguns. Mas levando em consideração que Deus é um ser perfeito em todas as suas manifestações, e que é Ele que nos cria, como poderíamos aceitar que Ele tenha "errado" e tenha produzido alguma coisa imperfeita ? Se Deus é infinitamente perfeito, todas as suas manifestações tem, obrigatoriamente, que serem perfeitas. Então como se explica tamanha distorção da lógica, como se explica esta suposta "injustiça" de Deus, pois se para alguns dá perfeitas condições de sucesso na vida, a outros não dá nada mais que um corpo defeituoso e cheio de sofrimentos ?

Só existe uma explicação lógica que nos dissipa o véu da ignorância e nos faz enxergar a grandiosidade da justiça divina e da infinita misericórdia de Deus, que nos permite retornar à carne para reparar o mal que fizemos outrora. É a reencarnação, que nos mostra que somos hoje o resultado de nossos atos do passado, e seremos amanhã o resultado do que somos hoje. Tomando o conhecimento desta lei divina, temos a obrigação da prática da caridade e da modificação interior, pois este é o único caminho para um futuro melhor.

 

 

AULA 10

A Prece - Alimento do Espírito

 

"E quando orardes, não imiteis os hipócritas que costumam exibir-se, orando em pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens; em verdade vos digo que eles já receberam a sua recompensa. Mas, quando orardes, entrai em vosso quarto e, fechada a porta, orai a vosso pai em segredo; e vosso pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. E quando orardes não faleis muito, como fazem os gentios que pensam que é pelo muito falar que serão ouvidos. Não vos torneis, pois, semelhantes a eles; porque vosso pai sabe o que vos é necessário, antes mesmo que lho peças."  ( Mateus cap. 6 Vers. 5 a 8 )

"Por isso vos digo: tudo o que pedirdes, orando, crede que o haveis de obter e ser-vos-á dado. Mas, quando vos puderdes em oração, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-la, para que também vosso pai, que está nos céus, vos perdoe vosso pecados. Pois, se vós não perdoardes, também, vosso pai, que está nos céus, não perdoará vossos pecados."  ( Marcos Cap. 11 Vers. 24 a 26 )

"E propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos como se fossem justos, e desprezavam os outros. Subiram dois homens ao templo para orar; um era fariseu, o outro publicano. O fariseu, posto em pé orava em seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como esta publicano. Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, mantendo-se a distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no seu peito dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim pecador. Digo-vos que estou justificado para a sua casa, e não o outro, porque todo o que se exalta será rebaixado e todo o que se humilha será exaltado." ( Lucas cap. 18 vers. 9 a 14 )

As qualidades da prece foram, assim, distintamente definidas por Jesus, quando nos recomendou que, ao orarmos, não procurássemos nos exibir, mas que fizéssemos isso em segredo, com humildade, simplicidade e sem muitas palavras porque não é pelo muito falarmos que seremos ouvidos, mas pela sinceridade com que fizermos a prece. Se tivermos algum ressentimento contra alguém, devemos perdoá-lo antes de orarmos, porque somente será agradável a Deus a prece dita com fé, com fervor e sinceridade, plena de caridade com o próximo. Na prece devemos tomas atitude humilde como a do publicano e não orgulhosa como a do fariseu. 

A fé na vida do homem é como um cantil na vida do viajante do deserto. Na grande viajem de travessia do deserto mortal o viajante Beduíno encontra consolo e fortificação em seu cantil que contém a água abençoada e preciosa. Assim também é a água que refresca nosso espírito nos mantendo no caminho, na travessia do grande deserto das dificuldades da vida encarnada. É o contato mais próximo com Deus, uma verdadeira conversa com nosso Pai amoroso, que está sempre disposto a nos ouvir e a nos amparar, desde que o procuremos com fé, respeito, sinceridade, humildade, livre de qualquer sentimento de vingança ou ódio.

A prece tem um efeito muito maior do que nós podemos imaginar, todo pensamento irradia um campo magnético correspondente, quando temos pensamentos de ódio ou rancor, a nosso psicosfera se modifica, tornando-se negra e atraindo toda sorte de vibrações negativas e entidades sofredoras, mas quando oramos com fé uma verdadeira revolução vibratória se faz sentir, não só nós mas todo o ambiente se encho com poderoso fluido positivo que impregna a todos que ali se encontram, destruindo os miasmas e acalmando a todos. Isto acontece porque estas vibrações vem de Deus como um recompensa a nossa submissão e nossa fé. É a água do cantil que se faz presente.

É necessário que nós criemos o hábito da oração, pelo menos duas vezes ao dia. Ao acordar e ao deitar, para que sempre possamos estar em contato com os bons espíritos, nos fortalecendo para o dia a dia, agradecendo a Deus a benção da vida. Para orar não é necessário uma prece decorada, pelo contrário, devemos orar com consciência do que estamos dizendo, estabelecendo um verdadeiro diálogo com Deus. As preces ditas decoradas não tem efeito algum, alguma pessoas rezam o Pai nosso, por exemplo, e nem sabem o que estão dizendo, não sabem nem o que significam aquelas palavras.

 

ATENÇÃO: ESTE CURSO TEM CONTINUIDADE COM O CURSO BÁSICO DE MEDIUNIDADE OFERECIDO POR ESTE PORTAL !

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Curso Basico de Espiritismo - Parte 1 de 2

Curso Básico de Espiritismo

 

AULA 1

A Origem do Espiritismo

Historicamente o espiritismo surgiu a partir dos fenômenos de movimentação de objetos, varificado em diferentes países, na Europa e na América.

O marco de tais acontecimentos, todavia, foram as manifestações ocorridas na aldeia de Hydesville, no condado de Wayne, perto de New York, Estados Unidos da América. Ali morava a família Fox, composta de três filhas, das quais duas viviam com os pais; os Fox se estabeleceram na casa desde 1847.

Na noite de 28 de março de 1848, nas paredes de madeira do barracão de John Fox, começaram a soar pancadas incômodas, perturbando o sono da família, toda ela metodista. As meninas Katherine (9 anos), e Margaretha (12anos), correram para o quarto dos pais, assustadas com os golpes fortes na parede o no teto do seu quarto.

As pancadas ou "raps" começaram nesta noite; depois ouvia-se o arrastar de cadeiras e, com o tempo os fenômenos tornara-se mais complexos: tudo estremecia, os objetos se deslocavam, havia uma explosão de sons fortes.

Três noites seguidas, até 31 de março de 1848, os fenômenos se repetiram intensamente, impedindo que os Fox conciliassem o sono. O Sr. Fox deu buscas completas pelo interior e pelo exterior da casa, mas nada encontrou que explicasse as ocorrências.

A menina Kate um dia, já um tanto acostumada com o fenômeno, pôs-se a imitar as pancadas, batendo com os dedos sobre um móvel, enquanto exclamava em direção a origem dos ruídos: " Vamos Old Splitfoot, faça o que eu faço". Prontamente as pancadas do "desconhecido" se fizeram ouvir, em igual número, e parava quando a menina também parava.

Margaretta, brincando disse: "Agora faça o mesmo que eu: conte um, dois, três, quatro", e ao mesmo tempo dava pequenas pancadas com os dedos, foi-lhe plenamente satisfeito esse pedido, deixando a todos estupefatos e medrosos.

As meninas Fox eram protestantes e supunham tratar-se do demônio e chamavam o batedor de Mr. Splitfoot, ou seja, senhor pé de bode. A família estava alarmada, logo a notícia se espalhou, vizinhos e curiosos vinham visitá-las. Mr. Duesler idealizou, então, o alfabeto para poderem traduzir as pancadas e compreenderem o que dizia o invisível.

O batedor invisível, apoiado neste alfabeto improvisado, contou a sua história: Chamava-se Charles Rosma; fora um vendedor ambulante e, hospedado naquela casa pelo casal Bell, ali o assassinaram para roubar-lhe a mercadoria e o dinheiro que trazia, o seu corpo fora sepultado no porão. Deram buscas no local indicado e acharam tábuas, alcatrão, cal, cabelos, ossos, utensílios.

Uma criada dos Bells, Lucrétia Pulver, declara que viu o vendedor e o descreve: diz como ele chegara à casa e refere o seu misterioso desaparecimento. Uma vez, descendo à adega, seu pé enterrou-se num buraco, e como falasse isto ao patrão, ele explicou que deveria ser ratos; e foi apressadamente fazer os reparos necessários. Ela vira nas mãos dos patrões objetos da caixa do ambulante.

Arthur Conan Doyle, no livro "História do Espiritismo", relata que cinquenta e seis anos depois foi descoberto que alguém teria sido enterrado na adega da casa dos Fox. Ao ruir uma parede, crianças que por ali brincavam descobriram um esqueleto. Os Bells, para maior segurança, haviam emparedado o corpo, na adega, onde inicialmente o haviam enterrado.

Em 25 de novembro de 1904, o Jornal de Boston noticiava que o esqueleto do homem que possivelmente produziu as batidas, ouvidas inicialmente pelas irmãs Fox, fora encontrado e portanto as mesmas estavam livres de qualquer dúvida com respeito à sinceridade delas na descoberta da comunicação com os espíritos.

Diversas comissões se formaram na época dos acontecimentos com a finalidade de estudar os estranhos fenômenos e desmascarar a fraude atribuída às Fox. Verificou-se que eles ocorriam na presença das meninas; atribuiu-se-lhes o poder da mediunidade. Nenhuma comissão, todavia, conseguiu demonstrar que se tratava de fraude. Os fatos eram absolutamente verdadeiros embora tivessem submetido as meninas aos mais rigorosos e severos exames, atingindo as vezes as raias da brutalidade. As irmãs Fox foram pressionadas. A igreja as excomungou como pactuantes do demônio. Foram acusadas de embusteiras, ameaçadas fisicamente muitas vezes.

Em 1888, ao comemorar os 40 anos dos fenômenos de Hydesville, Margaretha Fox, iludida por promessas de favores pecuniários feitas pelo cardeal Maning faz publicar uma reportagem no New York Herald que afirmava que os fenômenos que realizaram eram fraudulentos. Todavia, no ano seguinte, arrependida de sua falta de honestidade para com o espiritismo, reúne grande público no salão de música de New York e retrata-se de suas declarações anteriores, não só afirmando que os fenômenos de Hydesville eram verdadeiros, como provocando uma série de fenômenos de efeito físico no salão repleto de espectadores.

A retratação foi publicada na época. Consta no jornal americano The New York Press, de 20 de fevereiro de 1889. Como porém, a lealdade e a sinceridade não são requisitos dos espíritos apaixonados, ainda hoje, quando se quer denegrir a fonte do moderno Espiritismo, vem a tona a confissão das moças. Na retratação não se toca, ou quando se toca é para mostrar que não há no que confiar. Os pormenores ficam de lado.

 

 

AULA 2

As Mesas Girantes

 

Uma série progressiva de fenômenos deram origem á Doutrina Espírita. O primeiro fato observado foi a movimentação de objetos diversos. Designaram-no vulgarmente pelo nome de mesas girantes ou dança das mesas.

Tal fenômeno parece ter sido notado primeiramente na América do Norte de forma intensa, e propagou-se pelos países da Europa, como França, Inglaterra, Holanda, Alemanha e até a Turquia. Nos meados do século XIX, tendo como marco especialmente o ano de 1848, como os fenômenos de Hydesville já estudados, envolvendo a família Fox.

Todavia, a história registra que ele remonta à mais alta antigüidade, tendo-se produzido de formas estranhas, coo ruídos insólitos, fenômenos sem nenhuma causa ostensiva.

A princípio quase que só encontrou incrédulos, porém, ao cabo de pouco tempo, a multiplicidade das experiências não mais lhe permitiu lhe pusessem em dúvida a realidade.

O fenômeno de pancadas ou batidas foi chamado de "raps" ou "echoes"; os das mesas girantes ou moventes de "table-moving" para os ingleses e "table-tournante" para os franceses. No início, nos Estados Unidos, os espíritos só se comunicavam pelo processo trabalhoso e de grande morosidade de alguém dizer em voz alta o alfabeto e o espírito indicava através de pancadas no momento em que fossem pronunciadas as letras, que reunidas, formavam as frases. Era a telegrafia espiritual.

Os próprios espíritos indicaram, em fins de 1850, nova maneira de comunicação: bastava simplesmente que se colocassem ao redor de uma mesa, em cima da qual se apoiariam as mãos. Levantando um dos pés, a mesa daria ( enquanto se recitava o alfabeto ) uma pancada toda vez que fosse proferida a letra que servisse ao espírito para formar as palavras, esse processo, ainda que muito lento, produziu resultados excelentes e assim se chegou as mesas girantes ou falantes.

Há que notar que as mesas não só se levantavam em um pé para responder as perguntas que se faziam, mas também moviam-se em todos os sentidos, girava no ar, girava sobre o dedo dos experimentadores sem que se descobrissem qual a causa de tais movimentações.

O fenômeno das mesas girantes propagou-se muito rapidamente e durante muito tempo entreteve a curiosidade dos salões. Nas festas de sociedade, médiuns eram convidados a provocar tais fenômenos para a diversão e curiosidade dos presentes, no entanto, com o passar do tempo, os frívolos e interesseiros foram se afastando só ficando na observação da tais fenômenos os investigadores sérios e interessados no estudo da origem científica do acontecido.

As mesas girantes representarão sempre um dos pontos de partida da Doutrina Espírita, pois foi através delas que o insigne pesquisador e professor Hippolyte Léon Denizard Rivail tomou conhecimento de sua missão de codificação da doutrina dos espíritos.

O professor Hippolyte tomou contato com o fenômeno das mesas girantes por volta de 1854 através de seu amigo o Sr. Fortier, que era magnetizador e com o qual estabeleceu amizade em virtude de seus estudos sobre o magnetismo. O Sr. Fortier um dia lhe falou: "Eis uma coisa mais do que extraordinária: não somente magnetiza-se uma mesa, fazendo-a girar, mas também a fazem falar; perguntam e ela responde". O professor Hippolyte responde: "Isto já é outra questão, só acreditarei quando puder ver com meus próprios olhos e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que pode tornar-se sonâmbula, por enquanto, se me permite, considerarei a tudo um conto de fadas".

O senhor Pattier, funcionário público, de meia idade, muito instruído, de caráter sério, frio e calmo; de falar ajuizado, isento de qualquer arroubo, causou-lhe excelente impressão e ao convidá-lo para assistir, a casa da Sra. Pleinemaison, na rua Grange Beteliere nº 18, em Paris, aceitou com entusiasmo. Numa Terça feira de maio de 1855 o senhor Hippolyte assistiu pela primeira vez os fenômenos das mesas que giravam, saltavam, em condições tais que não deixavam dúvida qualquer, e é ele mesmo que descreve suas impressões iniciais: "Eu entrevia, naquelas aparentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fenômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação e uma nova lei, que resolvi estudar a fundo. Tive o ensejo de ver comunicações contínuas e respostas à perguntas formuladas, algumas vezes, mentalmente, o que acusavam a intervenção de uma inteligência estranha".

E continua o Grande codificador da Doutrina Espírita: " Compreendi antes de tudo, a gravidade da exploração que ia empreender; percebi, naqueles fenômenos, a chave do problema tão obscuro e tão controvertido do passado e do futuro da humanidade, a solução que eu procurava em toda a minha vida. Fazia-se mister, portanto, andar com a maior circunspecção e não levianamente; ser positivista e não idealista, para não se deixar iludir". E foi assim que mais tarde, depois de muito estudar a comunicação com os espíritos, o senhor Hippolyte Leon Denizard Rivaill adotou o pseudônimo de Allan Kardec.

 

 

 

AULA 3

Allan Kardec

 

Allan Kardec nasceu na cidade de Lion, na França, em 3 de outubro de 1804, recebendo o nome de Hippolyte Leon Denizard Rivaill. Os estudos de Kardec foram iniciados em Lion, tendo-os completado em Yverdon, na Suíça, sob direção do célebre e inesquecível professor Pestalozzi. Teve uma sólida instrução, servida por uma robusta inteligência. Ele conhecia o alemão, inglês, francês, italiano, espanhol e holandês. Tinha grande cultura científica.

Seu trabalho pedagógico é rico e extenso. Produziu na França, quase uma dezena de livros sobre educação no período de 1824 a 1849. Os seus livros foram adotados pela universidade da França. Traduzia para a língua alemã, que conhecia profundamente, diferentes obras de educação e de moral e, dentre elas, "Telêmaco" de Fénelon.

Foi Bacharel em Ciências e Letras, membro das Sociedades Sábias da França, da Real Academia de Ciências Naturais, entre outras. Emérito educador, criou em Paris o Instituto Técnico, estabelecimento de ensino com base no método Pestalozzi. Foi professor do Liceu Polimático. Fundou em sua casa cursos gratúitos de Química, Física, Anatomia Comparada e Astronomia. Criou um método original com processos mneumônicos que ajudavam o estudante a aprender mais rápido e com maior facilidade.

Allan Kardec foi escolhido para a tão elevada missão de codificador da Doutrina Espírita justamente pelo seu caráter e pela sua nobreza de sentimentos e pela elevação de seus ideais, tudo isso aliado a uma sólida inteligência.

Ele sujeitava os seus sentimentos e seus pensamentos à reflexão. Tudo era submetido ao poder da lógica. Nada passava sem o rigor do método, sem o crivo do raciocínio. Filósofo, benfeitor, idealista, dado às idéias sociais, possuía, ainda, um coração digno de seu caráter e do seu valor intelectual.

De seu trabalho gigantesco relacionamos:

 

O livro dos Espíritos (1857)

O Livro dos Médiuns (1861)

O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864)

O Céu e o Inferno (1865)

A Gênese (1868)

 

Produziu algumas obras complementares:

 

O Que é o Espiritismo

Obras Póstumas

A Revista Espírita

 

Além de fundar em Paris, a 1 de abril de 1858, a primeira sociedade espírita regularmente constituída com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas.

O Senhor Hippolyte retornou à pátria espiritual no dia 31 de março de 1869 vitimado pelo rompimento de um aneurisma, deixando para o mundo um verdadeiro roteiro para a auto reforma e para a reconstrução do eu interior de cada um baseado na maravilhosa Doutrina de Jesus, que um dia nos prometeu um consolador que nos lembraria de tudo que ele teria dito, nos diria mais coisas e que estaria conosco até o final dos tempos.

 

"Reconhece-se o verdadeiro espírita pelo esforço que empreende em realizar a sua reforma íntima"

 

                                                                                                                                        Allan Kardec

 

 

 

AULA 4

O triplo aspecto da Doutrina Espírita

 

"O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma Doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os espíritos; como filosofia, compreende todas as conseqüências morais que resultam dessas mesmas relações." 

Allan Kardec

O espiritismo possui três aspectos que são as suas bases: filosofia, ciência e religião.Como o próprio Kardec falava: "Uma filosofia com aplicações científicas e conseqüências morais". Os três aspectos sempre devem estar em equilíbrio para garantir a pureza doutrinária. 

CIÊNCIA - Método Científico

A ciência espírita tem como objeto de estudo a comunicabilidade com o mudo dos espíritos e os meios através dos quais essas comunicações podem ocorrer. Seguindo sempre o método científico e a observação severa da lógica, a ciência espírita procura explicar e documentar as formas de comunicação: como elas ocorrem, porque ocorrem e quando ocorrem, assim como seus significados e conseqüências. Estuda também as formas de se conseguir estas comunicações, a natureza dos espíritos e a forma de identificar seus diferentes estágios de evolução. A ciência espírita está contida em "O Livro dos Médiuns" lançado em 1861.

FILOSOFIA - Novos campos para o conhecimento

A filosofia espírita trata de temas como Deus, o espírito, a matéria, a imortalidade da alma, a reencarnação, as pluralidade dos mundos habitados, entre outros. A filosofia espírita nos proporciona a fé raciocinada, ou seja, a fé embasada no conhecimento lógico dos porquês da nossa existência: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui, para onde vamos, etc. Como afirmou Kardec: "fé inabalável é aquela que pode encarar de frente a razão em todas as épocas da humanidade".

A filosofia espírita está contida em "O Livro dos Espíritos" primeiro livro da codificação espírita lançado em 1857. 

RELIGIÃO - Aperfeiçoamento Moral

A religião espírita está embasada nos preceitos científicos e filosóficos da Doutrina, são as suas conseqüências. Não possui liturgias, nem sacerdotes, nem cânticos, batizados ou cerimônias de qualquer natureza. Não se utiliza de nenhuma imagem, vestimentas ou oferenda, não faz uso de velas, incenso ou amuletos. 

Tudo se baseia no conhecimento do evangelho de Jesus Cristo e na busca do aperfeiçoamento moral, através da reforma íntima e da prática da caridade em seus mais amplos aspectos (moral e material). A base da religião espírita está contida em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", lançado em 1864.

Como podemos observar, o espírita é aquele que estuda, compreende e aplica na prática os ensinamentos dos espíritos. É acima de tudo um questionador, um investigador lógico e dotado de censo crítico. Só assim podemos adquirir a fé raciocinada e iniciar nosso processo de reforma interior, com a certeza que estes ensinamentos são a expressão da verdade e que devemos nos esforçar para alcançar um nível maior de evolução, pois temos o conhecimentos que cada um recebe de acordo com suas obras, que somos o resultado de nossos atos passados e seremos o resultado de nossas atitudes de hoje.

Como disse Allan Kardec: "O verdadeiro espírita é aquele que empreende esforços para realizar a sua reforma íntima. . . " 

Por isso, devemos nos empenhar em estudar a Doutrina em seus três aspectos, não apenas em uma só parte. Devemos ler, estudar, comparar, passar tudo pelo crivo da lógica e da razão, esquecendo os velhos dogmas da antigas religiões que pregavam a fé cega e lutar para termos uma melhora nas nossas atitudes.

 

 

AULA 5

Os Espíritos

 

Muitos falam: "O meu espírito é ainda muito atrasado", como se o espírito fosse algo separado da nossa individualidade, só que nós somos espíritos, espíritos encarnados, envolvidos na roupagem de carne para interagir no mundo físico em busca da nossa melhora espiritual.

Quando o homem perde seu corpo no fenômeno conhecido como "morte", seu espírito que no estado encarnado é conhecido como alma, se liberta e vai aonde suas tendências vibratórias o atrair. Não se transforma em santo só pelo fato de ter desencarnado, continua com os mesmos desejos, vícios, manias, gostos, virtudes e imperfeições de quando encarnado.

O espírito não é como muitos pensam, uma fagulha de luz, uma "fumaça" ou algo sem forma ou definição. Os espíritos possuem a mesma forma que tinham quando estavam encarnados, possuem um corpo fluídico, que preservam após a separação do corpo de carne. Este corpo fluídico é indestrutível e dá forma ao espírito, é o responsável também pela ligação do espírito ao corpo no estado encarnado, é o chamado perispírito.

No ser encarnado existem então três elementos essenciais: O espírito, o perispírito e o corpo físico. 

O espírito é a individualidade;

O perispírito o corpo fluídico que envolve esta individualidade;

O corpo físico o veículo pelo qual o espírito se manifesta no mundo físico.

Quando o corpo de carne fica velho e não pode mais funcionar o espírito o abandona como a borboleta abandona o casulo. Ele leva consigo todas as impressões do período em que permaneceu encarnado, permanecendo no mesmo estado mental que possuía antes de sua desencarnação, podendo melhorar ou piorar no contato com a nova vida. 

Quando livre da carne o espírito continua com os mesmos sentidos e percepções que tinha quando encarnado, só que em grau mais elevado pois não possui mais a limitação da matéria, possuem sensações desconhecidas dos encarnados, escutam e vêem coisas que os sentidos do corpo físico não podem captar. Para eles não há escuridão, são capazes de sentir os pensamentos dos homens e podem lê-los como em um livro. Tudo que pensam provoca um efeito real para eles.

Quando estamos desencarnados não podemos esconder nossas imperfeições como fazemos no estado encarnado, tudo o que pensamos e o que desejamos se expressa de forma real e pode ser visto por todos aqueles companheiros que estão ao nosso redor, esse é o tribunal que vai nos julgar na hora da nossa chegada ao mundo espiritual, aqueles que possuem bons hábitos mentais e disciplina vão exibir belas imagens, em contrapartida aqueles que permanecem nos vícios sempre estarão emitindo as penosas impressões de suas imperfeições e isso será para eles um tormento.

Os espíritos se ocupam com atividades compatíveis com seu nível evolutivo na espiritualidade, existe trabalho, estudo assim como ociosidade, vícios e inferioridades. O paraíso e o inferno são estados mentais. Um espírito equilibrado pode estar vivendo no paraíso mental mesmo estando em uma região infeliz assim como um espírito sofredor pode estar vivendo um inferno mesmo estando em meio a espíritos evoluídos.

Os espíritos estão em toda parte e alguns deles até convivem conosco no nosso dia a dia. Eles são atraídos pelo nosso padrão mental e compartilham de nossas idéias nos sugerindo outras e participando de nossas ações. Assim, espíritos evoluídos podem nos sugerir bons pensamentos e nos ajudar a enfrentar nossos problemas e espíritos viciosos podem nos levar a perturbações e desvios de conduta. Por esse motivo é importante nossa educação mental para selecionarmos nossas companhias. 

Os que nos amaram continuam nos amando e os que nos odiaram continuam nos odiando e os encontraremos no momento em que nos livrarmos do nosso corpo físico.

Assim, os espíritos são as almas dos homens sem o corpo, continuando com as mesmas características que possuíam antes da sua "morte".

 

 (continua)

publicado por rcardigos às 18:10

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